segunda-feira, 2 de março de 2015

Mazelas Morais

Foto retirada da internet: www.olhardireto.com.br

Distopia, é um termo da área médica que significa a localização anômala de um dado órgão do corpo humano, isto é, completamente fora de lugar. Serve também para denominar falsidades, hipocrisias, fraudes e demagogias. Este termo foi assim caracterizado e criado pelo filosofo John Stuart Mill (1868), falando de desvios e promessas mirabolantes. Tem a ver com utopias, que estão no campo do que pode acontecer, habitando imaginários, sonhos e esperança. O que vemos aqui em Mato Grosso e no Brasil é a falência financeira de Estados e Municípios, crise da dívida pública, crise fiscal, déficit público nunca visto, carestia e inflação operando uma crônica violência social. Segue essa história, exposta e exacerbada desde o caso PC Farias (1992), corrupção no governo do ex-Presidente Collor; Anões do orçamento (1993), desvio de cem milhões com o dinheiro do orçamento que era “lavado” jogando na loteria (Dep. João Alves), seis deputados foram cassados; bingos (2005), propinas para manter jogos ilegais, que notabilizou o caseiro Francenildo Alves (Palocci), Celso Daniel e a máfia do lixo de Ribeirão Preto. Tudo jogado para baixo dos tapetes; Correios (2005), corrupção em Estatais, “Valérioduto” para abastecer o Mensalão do PT. Cento e quinze pessoas indiciadas, incluindo Roberto Jefferson, o delator do esquema; Cachoeira (2012), a ligação de autoridades com o jogo do bicho, CPI com um relatório de duas páginas que não apontaram os responsáveis pelo esquema, evidenciando o  CPI’s de jogar para as plateias, até não apurar absolutamente nada. Hoje temos em curso ainda o Mensalão, esquema vultoso de corrupção, especialmente para financiar campanhas. Para não ir longe, a operação Ararath aqui em MT, uma verdadeira ameaça e escândalo de roubo até para gente pretensamente proba. Poderão vir desdobramentos bombásticos. A operação lava-jato (Doleiro Youssef), em um clube de transgressores, uma espécie de bingo organizado por executivos e políticos, tendo como “teta” as obras da Petrobrás “rachadas” fraudulentamente entre 16 empreiteiras. As coisas andam graças a delação premiada, ou a um caseiro como Francenildo que resolveu “abrir o bico”. O que existe de bom é o surgimento de atores que exercem a justiça decorosamente como o Juiz Sérgio Moro que segue com as investigações. No entanto, um dos articuladores das pizzas das CPI’s é colocado no TCU. O Senador Vital do Rêgo PMDB/PB , deixa o Congresso indicado para ocupar a vaga do Ministro José Jorge, relator das contas da Petrobrás. Muito dinheiro roubado e desviado já está detectado. Nesta farsa, Vital do Rego dará continuidade a investigação? Ele, que presidiu duas modorrentas CPI’s sobre a Petrobrás, com a finalidade de esconder tudo sob os tapetes do Congresso. Enquanto isto, o juiz Moro com ajuda da PF e do MPF em ação independente, caminham celeremente para condenações que poderão demolir poderosas reputações. Infelizmente, muita coisa guardada a sete chaves. Não foram revelados ainda os políticos envolvidos, que já devem estar articulando foro privilegiado e impunidade. Adivinhem qual seria a função (não confessa) de Vital do Rego no TCU de imediato? Agir com sua costumeira leniência, na certeza de mandar ao STF para tentar encobrir e abafar esta realidade torpe, com mais força do que se tentou no mensalão. O que se sabe, é que pela robustez das provas, impossível assegurar a proteção fraudulenta da maioria dos envolvidos. Os escândalos têm tentáculos por todos os lados, como a operação Ararath aqui em MT, e tantas outras que ficaram pelo caminho. A situação aqui em MT é gravíssima em todos os setores,  desvios na gestão do orçamento público. Qual objetividade seria pertinente, para caminharmos rumo a uma justiça essencial? A conjuntura é de evidenciamento progressivo da corrupção governamental, desafio encarado pelo novo governador e sua equipe. Nesta conjuntura, apesar dos embates e da luta intestina, é possível avançar para os caminhos consequentes da ética pública e da justiça política. Dentre tantos, existem juízes e promotores no Brasil e em MT, para elucidar distopias e alimentar esperanças.

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