A
mobilidade do trânsito em Cuiabá está uma verdadeira “mixórdia”.
Pedestres, motoristas, motociclistas, ciclistas, entram em transe e
irritabilidade crônica, até fora dos horários de pico. O arrastar
modorrento, e morosidade das obras, fruto da ganância financeira, a
falta de organização e segurança nas alternativas criadas, estão
prestes a transbordar a paciência de todos. O Centro da cidade esta
esvaziando, esquecem que os jovens, são instrumentos de restauração
dos espaços urbanos degradados, como a região central, do Porto, e
muitos espaços de bairros abandonados por falta de ação pública.
Cultura e Alimentação acessíveis são chamarizes importantes, ate
São Paulo mostra isto, pelo menos nos fins de semana e feriados.
Temos que dar alternativas à artificialização em curso, puxada
pelos shoppings, onde a palavra de ordem é afastar os indesejados. A
periferia que se dane! A reocupação do centro, que não pode
transformar-se em um cemitério fora do fluxo comercial, pode
estabelecer um outro tipo de convivência. Coletividade e alegria tem
que reorientar a retomada dos lugares de lazer e entretenimentos
públicos em Cuiabá. Ai não existem fronteiras, pois cada beco,
cada espaço, praças e esquinas abandonadas podem significar o rumo
do que chama revitalização. Claro, se for pautada na memória
social dessa cidade. É preciso ouvir os sons que vem das periferias
e dos que sonham com uma cidade decente para todos viverem. Sonhar
não custa nada, difícil é ação pública, que pode envolver
jovens de escolas e outros grupamentos, melhorando a vida no seu
entorno cotidianos. Muitas cidades como no Equador e Colômbia fecham
as ruas centrais aos sábados e domingo, onde crianças, jovens e
adultos utilizam como espaços de lazer e convivência. A praça
Popular por exemplo, outrora referencia de folguedos, não pode
tornar-se espaço de acrílico. Só comercio, sem coração
palpitante e acolhedora no seu elitismo tupiniquim. São Paulo, até
dada por muitos como incurável, chega ate interromper o trânsito no
Minhocão aos fins de semana. Deu certo, como em muitos outros
espaços. É preciso abrir a cidade para ciclistas, skatistas,
capoeiras e tantas outras artes, livres da guerra do trânsito
enlouquecido em nossa cidade. O desafio para o setor público é
revitalizar, ressuscitar dar vida e emoção aos espaços da cidade.
WALDIR
BERTULIO