No horário eleitoral, correndo
nas telas e rádios, promessas mirabolantes e irrealizáveis, em conexões
desconexas e inconsistentes para o que se levanta como propostas. Pouquíssimo
de perspectiva em mudança e inovação nas câmaras e executivos. É uma verdadeira
“briga de foices” para convencer s eleitores vacinados e escaldados de tanta
desfaçatez, frente a alianças partidárias ostensivamente suspeitas e marcadas
pelo fisiologismo político. Tanto pela história conhecida dos partidos quanto
da credibilidade potencial dos postulantes aos cargos. Contendores ou inimigos,
até que ponto?- Estabelecem suas alianças eleitorais passando por cima dos
princípios que deveriam reger uma representação legitimada pelo eleitor.
Recente, uma polêmica sobre Segurança Pública no horário eleitoral. Ora, passam longe de
perceber que é preciso ter em mente as três hierarquias de Governo. O máximo
que se chega ao nível municipal é falar em Guardas Municipais para controle da
violência, necessária, mas na verdade essa hierarquia de Governo, o município,
deveria estar conectando a segurança pública como componente de uma política
social. Quer dizer: centrar em uma política de prevenção, que é estruturante,
na medida em que os investimentos em educação, saúde, e nas áreas críticas de
violência e pobreza sejam uma realidade. É atacar as raízes da insegurança nas
cidades, que passam por vários âmbitos como cultura, lazer, esportes,
equipamentos públicos, iluminação pública, proteção de crianças e adolescentes,
política de empregos, transportes de qualidade e outros. É preciso que as ações
estejam voltadas para grupos vulneráveis de população, como prioridade. Estes
grupos, como os microterritórios de violência, podem ser identificados e
atendidos se há uma política permanente de monitoramento e intervenção,
subsidiadas por tecnologias disponíveis e acessíveis. A “inteligência” no
serviço público colocada a serviço de melhorar a qualidade de vida da
população. Claro, isso deve estar
vinculado a um projeto de cidade. O plano diretor é um instrumento essencial,
encontra-se muito distante e aquém do que é necessário. Isto quando existe ou
estão carcomidos no tempo, sem nenhuma atualização a uma dinâmica de
crescimento tão avassaladora na equação da miséria, insegurança e desconforto
nas cidades. Mal estar permanente crônico: este processo é patrocinado
especialmente pela miséria política, a crise na representação, a miséria
parlamentar dos legislativos. Segurança pública como educação e saúde, são
braços do aparelho jurídico-político que deveriam ser rigorosamente uma
política de Estado executada hierarquizadamente, conjunta e
complementarmente aos três níveis de governo. Nos municípios a segurança
pública deveria ser rigorosamente voltada ao processo preventivo, nos espaços
territoriais e institucionais do sem uma cidade minimamente saudável. É só dar
uma olhada no Google, chamando “Think Thonk”, lá estão relatadas as boas
experiências das 10 cidades mais seguras do mundo. Sabemos das proporções e
grandes diferenças. Investem em sistemas de informações urbanas, geográficas e
de riscos, em análises onde os cenários e melhorias ficam facilmente expostos, e
a população sempre participa da identificação e alternativa de solução dos
problemas. Sem uma política de longo prazo, sem participação de representantes
da população, nada fica conseqüente. É possível ver que coisas como a
revitalização de áreas, arborização, áreas de lazer, cultura e esportes bem
direcionados incentivam a ocupação benéfica dos espaços mais frágeis nos
potenciais mapas de carência e da violência. A segurança pública está
capilarizada nas políticas sociais e de infra-estrutura. Logo, há que se pensar
na intervenção intersetorial, enquanto concepções de planejamento das cidades é
absolutamente necessário. Segurança tem tudo a ver com, qual estrutura urbana?
Qual saúde? Qual educação? Qual política de emprego e apoio as comunidades mais
desprovidas? A cidade saudável e segura poderá existir. Depende em boa parte de
diminuir drasticamente a miséria e a violência. Perpetradas pela impunidade e escárnio
da representação política. Podemos mudá-la?