terça-feira, 13 de setembro de 2016

Eleições, Leviandade e Democracia

No horário eleitoral, correndo nas telas e rádios, promessas mirabolantes e irrealizáveis, em conexões desconexas e inconsistentes para o que se levanta como propostas. Pouquíssimo de perspectiva em mudança e inovação nas câmaras e executivos. É uma verdadeira “briga de foices” para convencer s eleitores vacinados e escaldados de tanta desfaçatez, frente a alianças partidárias ostensivamente suspeitas e marcadas pelo fisiologismo político. Tanto pela história conhecida dos partidos quanto da credibilidade potencial dos postulantes aos cargos. Contendores ou inimigos, até que ponto?- Estabelecem suas alianças eleitorais passando por cima dos princípios que deveriam reger uma representação legitimada pelo eleitor. Recente, uma polêmica sobre Segurança Pública no  horário eleitoral. Ora, passam longe de perceber que é preciso ter em mente as três hierarquias de Governo. O máximo que se chega ao nível municipal é falar em Guardas Municipais para controle da violência, necessária, mas na verdade essa hierarquia de Governo, o município, deveria estar conectando a segurança pública como componente de uma política social. Quer dizer: centrar em uma política de prevenção, que é estruturante, na medida em que os investimentos em educação, saúde, e nas áreas críticas de violência e pobreza sejam uma realidade. É atacar as raízes da insegurança nas cidades, que passam por vários âmbitos como cultura, lazer, esportes, equipamentos públicos, iluminação pública, proteção de crianças e adolescentes, política de empregos, transportes de qualidade e outros. É preciso que as ações estejam voltadas para grupos vulneráveis de população, como prioridade. Estes grupos, como os microterritórios de violência, podem ser identificados e atendidos se há uma política permanente de monitoramento e intervenção, subsidiadas por tecnologias disponíveis e acessíveis. A “inteligência” no serviço público colocada a serviço de melhorar a qualidade de vida da população.  Claro, isso deve estar vinculado a um projeto de cidade. O plano diretor é um instrumento essencial, encontra-se muito distante e aquém do que é necessário. Isto quando existe ou estão carcomidos no tempo, sem nenhuma atualização a uma dinâmica de crescimento tão avassaladora na equação da miséria, insegurança e desconforto nas cidades. Mal estar permanente crônico: este processo é patrocinado especialmente pela miséria política, a crise na representação, a miséria parlamentar dos legislativos. Segurança pública como educação e saúde, são braços do aparelho jurídico-político que deveriam ser rigorosamente uma política de Estado executada  hierarquizadamente, conjunta e complementarmente aos três níveis de governo. Nos municípios a segurança pública deveria ser rigorosamente voltada ao processo preventivo, nos espaços territoriais e institucionais do sem uma cidade minimamente saudável. É só dar uma olhada no Google, chamando “Think Thonk”, lá estão relatadas as boas experiências das 10 cidades mais seguras do mundo. Sabemos das proporções e grandes diferenças. Investem em sistemas de informações urbanas, geográficas e de riscos, em análises onde os cenários e melhorias ficam facilmente expostos, e a população sempre participa da identificação e alternativa de solução dos problemas. Sem uma política de longo prazo, sem participação de representantes da população, nada fica conseqüente. É possível ver que coisas como a revitalização de áreas, arborização, áreas de lazer, cultura e esportes bem direcionados incentivam a ocupação benéfica dos espaços mais frágeis nos potenciais mapas de carência e da violência. A segurança pública está capilarizada nas políticas sociais e de infra-estrutura. Logo, há que se pensar na intervenção intersetorial, enquanto concepções de planejamento das cidades é absolutamente necessário. Segurança tem tudo a ver com, qual estrutura urbana? Qual saúde? Qual educação? Qual política de emprego e apoio as comunidades mais desprovidas? A cidade saudável e segura poderá existir. Depende em boa parte de diminuir drasticamente a miséria e a violência. Perpetradas pela impunidade e escárnio da representação política. Podemos mudá-la?