quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Reflexões eleitorais II

Presidenciáveis engalfinhados na briga por apoios regionais, montando até palanques triplos. Tem caso até em que os candidatos a governador, perdedores ou não, em um só Estado, apoiam uma só candidatura. Na verdade, os interesses regionais nem sempre coincidem com os acordos firmados em Brasília e a nível nacional. Aqui em MT, o caso do PDT Nacional impondo sua escolha de apoio na candidatura à presidência. Através de Carlos Lupi e seus aliados de interesses iguais, defenestrados na tal faxina ética promovida cosmeticamente pela Presidente. Tanto que reconduziu-os a cargos públicos de relevância. Assim, é um “vale tudo” em alianças instáveis e voláteis na confiança, lutando os concorrentes por palanques amplos, triplos e até divididos. É bom refletir sobre a AL de MT, quando poderá retomar de fato a possibilidade de vir a ser um parlamento republicano? Os discursos de ética, transparência e democratização em muitos eleitos, podem estar encobrindo o real caminho inverso desejado. Temos que sair da miséria parlamentar retratada na maioria que já conhecemos, apresentando e aprovando projetos inócuos, contemplativos, com permanentes e discutíveis investidas para facilitar a apropriação do dinheiro público. O perfil de eleitos a nível nacional estadual, maioria não é promissora, por antecipação. É pressionar e “pagar para ver”. No entanto, já está até lançado o estopim para chegar a uma benéfica estratégia de denúncia e execração pública de parlamentares que não honrarem seus mandatos. Certo é que a indignação do povo continua, assim, será possível jogar práticas parlamentares indecorosas à denúncia pública sistemática. O peso histórico de famílias nos parlamentos continua grande, aliás, crescendo, apesar de que em poucos casos o coronelismo não está conseguindo se manter com mandatos sem a compra desavergonhada de votos. Para não chegar ao “ninho de ratazanas” do nepotismo (mais amplo que famílias) em cargos públicos, lembremos de uma pesquisa efetuada em 2010. Encontrou 150 parentes enfiados nas siglas partidárias. Isto cresceu muito (nem é preciso dizer sobre os cargos públicos). Maioria dos partidos é dominada por grupos familiares, em muitos casos, bem remunerados para comandos e assessorias. Empregam parentes, amigos e aliados até nas funções partidárias e de legendas. Isto simplesmente é uma estratégia de poder, de manter o coronelismo. Melhor que comandar um partido político é mandar em dois ou mais partidos. Incoerente com a ideia de que as agremiações deveriam disputar entre si. Assim, o coronelismo domina as siglas partidárias, as chamada “siglas de aluguel”, colocando desde amigos, prepostos, parentes, a gente de “confiança” do grupo. Isso remete para maior poder na formação das alianças eleitorais nos Estados, negociando coisas como, tempo de tevê, cargos de mando nos futuros governos. Nessa eleição nacional ainda não se vislumbrou a terceira via possível. Velhos e mofados políticos ainda reconduzidos aos cargos, a si próprios ou seus prepostos e familiares. Este segundo turno marca uma grande crise nacional de credibilidade. Poderá dar certo a intensificação da pressão nos rumos do clamor da nossa gente? 

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