quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Eleições, descrédito e apatia - 30 de setembro

Estamos chegando a sétima eleição presidencial, seguidas pelas eleições estaduais e municipais. Votação obrigatória, com o povo indo as urnas a cada dois anos. É marcante o desinteresse pela política, desde a chamada redemocratização (durante a ditadura civil/militar tudo foi proibido). Não é a toa que o nível de credibilidade dos políticos chegou ao “fundo do poço”. Não se interessa por partidos 67% do eleitorado, enquanto 60% defende o fim do voto obrigatório. É muito grande a rejeição pelo horário eleitoral, regiamente pago pelo orçamento público nacional. É enorme a quantidade de gente que não iria as urnas se o voto não fosse obrigatório. Agora, um número record de indecisos. É uma crise grave de representatividade, onde o voto dissociado de partido tende a ser mais volátil. Apatia política com o “status quo” vem sendo fortalecida, felizmente, sacudida pelos levantes a partir de Junho de 2014. Uma pesquisa efetuada por uma conceituada Universidade americana (brazilianists), apontou que a mídia brasileira, tensionada e marcada pela desfaçatez do Governo (desqualificar e dar sua versão distorcida) abordou as marchas de indignação. Identificou detalhadamente as demandas por políticas públicas. Esta mídia deu relevância quase que exclusiva às turbulências que o Governo passou a argumentar para criminalizar os manifestantes. Deixou praticamente de lado a visibilidade das demandas sociais, conteúdo central das marchas desde seu início. Apontavam a cronificação do desprezo a políticas públicas marcadas pelas necessidades urgentes da população brasileira. Pelo descrédito na política, face a escalada quase impune da corrupção generalizada, do engodo e mentira de gestores e parlamentares governamentais. Candidatos da base aliada no Governo expuseram a impaciência e intolerância com perguntas rigorosamente constrangedoras nos programas eleitorais. Nesta escalada, levaremos provavelmente longos anos para sair do buraco sem fundo aberto sob o jugo da impunidade. Interessante é que Lula da Silva lançou um desafio, se houve algum Presidente que criou mais mecanismos de combate a corrupção do que ele. Só esqueceu de explicar porque não só desprezou esses mecanismos, como aprofundou nos descaminhos da ética pública. Negam e combatem com argumentos pífios quaisquer acusações de improbidade e desvio, acusando generalizadamente a imprensa e os “maus brasileiros”. A candidata Dilma chega ao cúmulo de combater e acusar o jornalismo investigativo, prática núcleo de democratização da mídia e da imprensa. Aqui em MT, embora tardiamente, fruto de conluio entre poderes e da impunidade, fisgam o ex-deputado, ex-presidente da Assembleia Legislativa (onde foi parar o primeiro recurso para a construção de Sede da Assembleia legislativa?).  Enfim, pode ser desmascarado no protagonismo de um dos pilares da corrupção, que são as cartas de crédito. Muita gente impune, falta investigação séria e independente. Todos se nutrem da tática de terem seus “rabos entrelaçados”. Por outro lado, muita gente poderá cair nesse fio de meada. Infelizmente, só a delação premiada está corroendo as entranhas desta monstruosidade voraz. Muitos já tem seus sonos atacados e ameaçados pela possibilidade da verdade vir à tona. Ao nível nacional, como em MT, a situação é gravíssima, o desespero toma conta das candidaturas governamentais. É uma zona cinzenta a falta de limites éticos dos próceres governamentais. Teriam talvez coragem, em último caso, para tentarem manter-se no poder, de violarem o sistema criptográfico de apuração de votos. A chave está centralizada em Brasília. Está provado que é possível intervir sobre o processo final de contagem dos votos, podendo ocorrer qualquer coisa para garantir o escore eleitoral para se manterem no poder. Para  continuar misturando o público com interesses privados. É preciso ficar alerta. Sobretudo, começar uma tentativa de mudança nestas eleições´. Pelo voto consciente. É esperar para ver.

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