Estamos chegando a sétima eleição
presidencial, seguidas pelas eleições estaduais e municipais. Votação
obrigatória, com o povo indo as urnas a cada dois anos. É marcante o
desinteresse pela política, desde a chamada redemocratização (durante a
ditadura civil/militar tudo foi proibido). Não é a toa que o nível de
credibilidade dos políticos chegou ao “fundo do poço”. Não se interessa por
partidos 67% do eleitorado, enquanto 60% defende o fim do voto obrigatório. É
muito grande a rejeição pelo horário eleitoral, regiamente pago pelo orçamento
público nacional. É enorme a quantidade de gente que não iria as urnas se o voto
não fosse obrigatório. Agora, um número record de indecisos. É uma crise grave
de representatividade, onde o voto dissociado de partido tende a ser mais
volátil. Apatia política com o “status quo” vem sendo fortalecida, felizmente,
sacudida pelos levantes a partir de Junho de 2014. Uma pesquisa efetuada por
uma conceituada Universidade americana (brazilianists), apontou que a mídia
brasileira, tensionada e marcada pela desfaçatez do Governo (desqualificar e
dar sua versão distorcida) abordou as marchas de indignação. Identificou
detalhadamente as demandas por políticas públicas. Esta mídia deu relevância
quase que exclusiva às turbulências que o Governo passou a argumentar para
criminalizar os manifestantes. Deixou praticamente de lado a visibilidade das
demandas sociais, conteúdo central das marchas desde seu início. Apontavam a
cronificação do desprezo a políticas públicas marcadas pelas necessidades
urgentes da população brasileira. Pelo descrédito na política, face a escalada
quase impune da corrupção generalizada, do engodo e mentira de gestores e
parlamentares governamentais. Candidatos da base aliada no Governo expuseram a
impaciência e intolerância com perguntas rigorosamente constrangedoras nos
programas eleitorais. Nesta escalada, levaremos provavelmente longos anos para
sair do buraco sem fundo aberto sob o jugo da impunidade. Interessante é que
Lula da Silva lançou um desafio, se houve algum Presidente que criou mais
mecanismos de combate a corrupção do que ele. Só esqueceu de explicar porque
não só desprezou esses mecanismos, como aprofundou nos descaminhos da ética
pública. Negam e combatem com argumentos pífios quaisquer acusações de
improbidade e desvio, acusando generalizadamente a imprensa e os “maus
brasileiros”. A candidata Dilma chega ao cúmulo de combater e acusar o
jornalismo investigativo, prática núcleo de democratização da mídia e da
imprensa. Aqui em MT, embora tardiamente, fruto de conluio entre poderes e da
impunidade, fisgam o ex-deputado, ex-presidente da Assembleia Legislativa (onde
foi parar o primeiro recurso para a construção de Sede da Assembleia legislativa?). Enfim, pode ser desmascarado no protagonismo
de um dos pilares da corrupção, que são as cartas de crédito. Muita gente
impune, falta investigação séria e independente. Todos se nutrem da tática de
terem seus “rabos entrelaçados”. Por outro lado, muita gente poderá cair nesse
fio de meada. Infelizmente, só a delação premiada está corroendo as entranhas
desta monstruosidade voraz. Muitos já tem seus sonos atacados e ameaçados pela
possibilidade da verdade vir à tona. Ao nível nacional, como em MT, a situação
é gravíssima, o desespero toma conta das candidaturas governamentais. É uma
zona cinzenta a falta de limites éticos dos próceres governamentais. Teriam talvez
coragem, em último caso, para tentarem manter-se no poder, de violarem o
sistema criptográfico de apuração de votos. A chave está centralizada em Brasília.
Está provado que é possível intervir sobre o processo final de contagem dos
votos, podendo ocorrer qualquer coisa para garantir o escore eleitoral para se
manterem no poder. Para continuar
misturando o público com interesses privados. É preciso ficar alerta.
Sobretudo, começar uma tentativa de mudança nestas eleições´. Pelo voto
consciente. É esperar para ver.
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