quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Direitos Humanos e Violencia Sexual 1


Faltam políticas públicas para a pauta acima, digo, tirá-las efetivamente do papel, apesar dos avanços da Lei Maria da Penha. Leis e intenções tem que transformar-se em ação efetiva, em favor de sobreviventes destes crimes. A falta de financiamento público destes serviços essenciais é fator fundante de impedimento do acesso das pessoas que mais necessitam destes serviços públicos. Como crimes, devem ser necessáriamente hediondos. isto poderá oferecer uma diferença marcante na vida das vitimas, a perspectiva de abordar, tratar, minimizar os impactos perpetrados contra crianças, adolescentes, mulheres. Existe muita propaganda e discurso dos governos, aqui em MT a situação é péssima. Realidade e prática são outras. É extremamente carente e limitado o apoio psicossocial, médico e jurídico legal. Na polícia, despreparo absurdo, se tiver defensor e chegar na justiça, depende da sorte de cair em mãos de um ou uma operadora com consciencia de fazer de sua função um instrumento de verdadeira e célere justiça. São dolorosos e trágicos os impactos na vida das vítimas. Primeiro, é preciso romper o silêncio que cerca o assédio e a violência sexual, denunciando e defendendo os direitos das mulheres ( meninos) vitimadas. É preciso melhorar, procurar qualidade e ampliação dos serviços públicos, uma efetiva integração escola, segurança pública, saúde com atenção psicossocial permanente e justiça. É triste ver que a Defensoria Pública trabalha com o "pires nas mãos", muito distante do aparato e estrutura logistica necessários para atender as demandas. São muitas as carências, além de recursos humanos e logisticos, é necessário qualificar a atuação de profissionais e funcionários diversos na abordagem destes problemas. Coisas como estabelecer a partir de um protocolo geral as condutas essenciais e dignas que devem ser encaminhadas de maneira que a vitimas tenham atendimento respeitoso, digno e de qualidade. Dois casos recentes em Cuiabá: um ( adolescente) com prazos dilatados para os agressores viabilizarem testemunhas. Outros dois, ( criança e adolescente) com agressores devidamente identificados, dois casos confessos, os réus continuam soltos. Quais são os passos mínimos que os profissionais devem seguir em caso de violencia e estupro? Se existem, são seguidos? A falta de testemunha desde o início aparece como critério para desqualificação do crime e potencial proteção dos criminosos. Agressores e seus advogados, especulações fragilíssimas, na expectativa de culpar a vítima. Se não há testemunha ( tentam produzir testemunha), o caso caminharia para a perda da punibilidade. Contradição absurda, todos sabem que na violencia sexual, via de regra não há testemunha. Os crimes são em locais privados, para não serem descobertos. É preciso enfrentar as iniquidades que circundam este tema. O silencio, a má qualidade ou inexistencia do atendimento público contribuem para encobrir crimes e criminosos. É preciso denunciar e cobrar os poderes públicos!
Waldir Bertulio

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