Assisti recente aqui em Curitiba uma palestra do juiz Sérgio
Moro. Pasmem, a convite do Sindicato das Empresas de Construção Civil do Paraná
para falar obre o caso Lava Jato e a corrupção no país. Realço pontos de
importância em sua fala: - afirma que os rombos e as ligações na malversação
pública tem uma dimensão tão grande que ele não sabe se isto vai chegar ao fim.
Daí, é possível duas interpretações: a primeira, que as falcatruas em um abismo
sem fundo corroendo historicamente o país, está intensificada ostensivamente nos
últimos anos. Tudo sob a égi da impunidade. Então, diz que este novelo não tem
fim. Entendo que não tem fim com este modelo político, onde a democracia e a
representação são alegorias de uma farsa política. Outra ideia, é que não se
sabe até quando a justiça política factual poderá avançar, frente a avalanche
de forças para anular, desativar, e até tentar desmoralizar a esta bem-vinda
jornada contra a corrupção no nosso país. A plateia desabou em risos quando
elegantemente afirmou que os empresários não precisavam temer, pois são poucas
as empresas envolvidas, mas que serão punidas exemplarmente em todas suas
ramificações. Considera essencial a punição dos políticos envolvidos,
reafirmando a clara noção de que tem sempre que existir agentes públicos
envolvidos. Seja nos poderes, nos meandros da administração pública, e até em
esferas internacionais. Também recente, a mostra de açodamento contra a
complexa e competente equipe que trabalha com Moro nesta operação. É o caso do
fatiamento do processo promovido pelo STF retirando a Senadora Gleisy Hoffman e
outros da mira certeira desta equipe. Também foi o caso da suspensão em 02/10
da ação envolvendo o caso da usina nuclear Angra dos Reis, também conduzida por
Moro. O STF (Teori Zavascki) retirou da equipe as investigações porque foi
citado em delação premiada o Senador Edison Lobão, do PMDB. Tudo, apesar das
evidências robustas da ligação inclusive do ex-presidente da Eletronuclear e
Andrade Gutierrez, em conexão com a Petrobrás. Reafirma que sempre existem
agentes públicos envolvidos nos desvios. Penso que existem “cartas nos coletes”
em relação aos tribunais superiores, como último recurso para enterrar de vez
quaisquer dúvidas para por a verdade a limpo. É bom que seja lido o artigo do
juiz Sérgio Moro “Considerações sobre a operação Mani Pulite”, na rede
eletrônica. Afirma que a corrupção que corroeu a Itália a partir do fim da
segunda Guerra, “levou a deslegitimação de um sistema político corrupto”. É a
chamada, “operação mãos limpas” que promoveu uma verdadeira faxina, arrastando
presidente, políticos e partidos, estes, inclusive até a extinção. Aqui no
Brasil é esta a caminhada, envolvendo principalmente os 3 maiores partidos
existentes. A operação Lava Jato embala a perspectiva democrática no Brasil,
como aconteceu na Itália, também com a maioria dos partidos deslegitimados pela
corrupção. Bom que em MT também a justiça “mostra a cara”. Até onde chegaremos?
Depende todos nós!
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