terça-feira, 10 de novembro de 2015

Política & Corrupção

Assisti recente aqui em Curitiba uma palestra do juiz Sérgio Moro. Pasmem, a convite do Sindicato das Empresas de Construção Civil do Paraná para falar obre o caso Lava Jato e a corrupção no país. Realço pontos de importância em sua fala: - afirma que os rombos e as ligações na malversação pública tem uma dimensão tão grande que ele não sabe se isto vai chegar ao fim. Daí, é possível duas interpretações: a primeira, que as falcatruas em um abismo sem fundo corroendo historicamente o país, está intensificada ostensivamente nos últimos anos. Tudo sob a égi da impunidade. Então, diz que este novelo não tem fim. Entendo que não tem fim com este modelo político, onde a democracia e a representação são alegorias de uma farsa política. Outra ideia, é que não se sabe até quando a justiça política factual poderá avançar, frente a avalanche de forças para anular, desativar, e até tentar desmoralizar a esta bem-vinda jornada contra a corrupção no nosso país. A plateia desabou em risos quando elegantemente afirmou que os empresários não precisavam temer, pois são poucas as empresas envolvidas, mas que serão punidas exemplarmente em todas suas ramificações. Considera essencial a punição dos políticos envolvidos, reafirmando a clara noção de que tem sempre que existir agentes públicos envolvidos. Seja nos poderes, nos meandros da administração pública, e até em esferas internacionais. Também recente, a mostra de açodamento contra a complexa e competente equipe que trabalha com Moro nesta operação. É o caso do fatiamento do processo promovido pelo STF retirando a Senadora Gleisy Hoffman e outros da mira certeira desta equipe. Também foi o caso da suspensão em 02/10 da ação envolvendo o caso da usina nuclear Angra dos Reis, também conduzida por Moro. O STF (Teori Zavascki) retirou da equipe as investigações porque foi citado em delação premiada o Senador Edison Lobão, do PMDB. Tudo, apesar das evidências robustas da ligação inclusive do ex-presidente da Eletronuclear e Andrade Gutierrez, em conexão com a Petrobrás. Reafirma que sempre existem agentes públicos envolvidos nos desvios. Penso que existem “cartas nos coletes” em relação aos tribunais superiores, como último recurso para enterrar de vez quaisquer dúvidas para por a verdade a limpo. É bom que seja lido o artigo do juiz Sérgio Moro “Considerações sobre a operação Mani Pulite”, na rede eletrônica. Afirma que a corrupção que corroeu a Itália a partir do fim da segunda Guerra, “levou a deslegitimação de um sistema político corrupto”. É a chamada, “operação mãos limpas” que promoveu uma verdadeira faxina, arrastando presidente, políticos e partidos, estes, inclusive até a extinção. Aqui no Brasil é esta a caminhada, envolvendo principalmente os 3 maiores partidos existentes. A operação Lava Jato embala a perspectiva democrática no Brasil, como aconteceu na Itália, também com a maioria dos partidos deslegitimados pela corrupção. Bom que em MT também a justiça “mostra a cara”. Até onde chegaremos? Depende todos nós!

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