As cidades de Cuiabá e
Várzea Grande são dois casos emblemáticos, onde se chocam e eclodem uma
verdadeira patologia urbana e social. É clara a verdade que Várzea Grande está
abissalmente distante de uma mínima infraestrutura que permita dizer que existe
conforto urbano em viver do outro lado do Rio Cuiabá. Nada de organização de
ocupação do espaço urbano e ambiental. Tudo corre ao bel prazer de interesses econômicos
imediatos e eleitoreiros, onde a vida coletiva, o conforto básico foi deixado
de lado historicamente pelos gestores (em ambas as cidades). Apesar de ter
saído de VG governadores, parlamentares estaduais e federais, a cidade
continuou atirada ao desprezo da atenção pública. A começar pelos prefeitos,
vereadores, e chefes do executivo, servindo interesses próprios. Tanto Cuiabá
quanto VG foram vítimas da malversação pública, da “cosanostra” tupiniquim, cetro
na mão de VG. Os cofres do município sempre foram vítimas de “rapas tachos dos
cofres públicos” com raras exceções, especialmente a partir do final dos anos
60., A Ditadura pariu também aqui em MT os entes e a cartilha que projetou a
corrupção aos níveis escabrosos e impunes a que chegaram o Brasil e MT
(des)governo Silval) hoje. A corrupção histórica no país não pode servir para
sua continuidade meteórica, que ameaça a sustentabilidade econômico-financeira,
cultural e ambiental. Nossas cidades estão ambientalmente condenada, se não
garantirmos a perspectiva de transforma-las em cidades saudáveis para viver. Os
recursos naturais, a paisagem, estão espoliados, destruídos, em vias de
extinção. É o caso de córregos, rios, nascentes e ambientes naturais,
trucidados pela sanha imobiliária e de desvio da função pública. Falta de uma
identidade concreta, que habita o imaginário de muita gente que conheceu estes
lugares outrora e hoje. O chamado imaginário social não faz parte do interesse
do lucro. Na medida em que não se coloca como central o dilema “em que cidade
queremos viver?” - tem que haver uma ação integrada concreta, de planejamento
urbano. O Estado assessorando as prefeituras do interior, vi vendo o mesmo
drama de desfiguração ambiental, urbana e rural. É preciso uma ação integrada
do setor público. Positiva intervenção da prefeitura de Cuiabá na ocupação e
uso do solo urbano, puxando a reboque ação da Câmara de Vereadores. Cidades
como Lucas do Rio Verde e algumas outras do norte, tem uma melhor situação. A
esperança que representa hoje o Governo de MT no combate a corrupção e amostra
de novos patamares possíveis na dignidade da representação pública é alentador.
O preço é alto. Eis ai o VLT, obra fraudada do início ao fim, sem ao menos um
estudo de viabilidade ou simples projeto conceitual. Passou incólume desde a
aprovação e liberação pelo Governo Federal, aqui em MT foi uma farra total com
o dinheiro público. É preciso ter cautela e questionar sim, com simulações, o
que é melhor e que corresponda em resultado ao investimento. Pela ética, claro
que pode ser outra alternativa, o rombo está feito, mas é possível rever e consertar.
Exemplo: fazer simulações e planilhas de custo atual e futuras (das tarifas).
Curitiba, com sério e bom planejamento urbano, não adotou o VLT mas o BRT. Por
que? A corrupção quer impunidade no desmando com a coisa pública. Temos que nos
preocupar em ver figuras carimbadas da malversação pública voltando ao cenário
político, pessoalmente ou por seus prepostos. Alguns até portam-se como
“vestais da honestidade”. Confiam que o povo é bobo e não tem memória. Só
poderemos avançar se tivermos novas gerações de representantes do povo que
afirmem na prática a lealdade na representação política com o povo que os
elege. O povo de MT e suas cidade pedem socorro!
Waldir Bertulio
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