segunda-feira, 31 de março de 2014

Águas do Amanhã


Semana passada estive em conferencia e debate na Universidade Federal de Santa Maria-RS, no tema Conjuntura, Universidade e Cotas Raciais. Pude acompanhar também no ultimo dia 14, a mobilização do Dia Internacional de Ação pelos Rios, com a participação do movimento Rio Uruguai Vivo ( no próximo 22/03 é o Dia Mundial da Água). O enfrentamento da polemica e avanço de empreendimentos hidrelétricos, ocupação territorial sem limites, impactando populações ribeirinhas, marítimas e tradicionais. Qual o papel social da Universidade neste processo? Sem duvida, ela tem que sair da redoma e ir ao lugar das necessidades da população, questionando e dando alternativas ao avanço predatório da política governamental. Um grupo de pesquisadores/cientistas brasileiros remeteu um manifesto ao Governo Federal, ao Ministério do Meio Ambiente, Minas e Energia, apontando os gravíssimos problemas impostos pelo modelo macroeconômico ao meio ambiente. Em síntese, denunciam desrespeito total ao artigo 125 da Constituição Federal, com ênfase no modelo energético e agroindustrial, que caminha para o extermínio da biodiversidade, aumento de desigualdades e genocídio de povos. Mato Grosso, a Amazônia Legal, laboratório de expansão desta tragédia, tendo Cuiabá como porta de entrada. Ocupação, desmatamento, modelo agrícola, hidrelétricas, expandindo sem restrições. Rios e povos presentes nas bacias e tributários como os rios Paraguai, Cuiabá, Coxipó, Manso, São Lourenço, Teles Pires, centenas e milhares deles pedem socorro. Mais de cento e trinta hidrelétricas em andamento e previstas para as cabeceiras do Pantanal sem estudos sérios de viabilidade, meio ao desmate sem limites. O governo do Estado de Mato Grosso, à margem e à deriva nas ações de controle ambiental. A destruição do Pantanal vem especialmente pela ocupação destrutiva dos territórios da bacia alta, nas suas cabeceiras formadoras. Segundo, pelo impacto expressivo da poluição urbana, carente de sistemas de coleta, tratamento e disposição de resíduos sólidos e líquidos como os esgotos, o lixo urbano, o lixo hospitalar, resíduos de postos de gasolina, e tantos outros poluentes que nem estão identificados e monitorados para proteger a população. Estamos à mercê de uma política abutre, nesta “toada” nossos sistemas e recursos hídricos, tanto superficiais como subterrâneos, terão como futuro a condenação. Se não mudamos no começo nem no meio, será que não dá de mudar o final?

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