Semana
passada estive em conferencia e debate na Universidade Federal de
Santa Maria-RS, no tema Conjuntura, Universidade e Cotas Raciais.
Pude acompanhar também no ultimo dia 14, a mobilização do Dia
Internacional de Ação pelos Rios, com a participação do movimento
Rio Uruguai Vivo ( no próximo 22/03 é o Dia Mundial da Água). O
enfrentamento da polemica e avanço de empreendimentos hidrelétricos,
ocupação territorial sem limites, impactando populações
ribeirinhas, marítimas e tradicionais. Qual o papel social da
Universidade neste processo? Sem duvida, ela tem que sair da redoma e
ir ao lugar das necessidades da população, questionando e dando
alternativas ao avanço predatório da política governamental. Um
grupo de pesquisadores/cientistas brasileiros remeteu um manifesto ao
Governo Federal, ao Ministério do Meio Ambiente, Minas e Energia,
apontando os gravíssimos problemas impostos pelo modelo
macroeconômico ao meio ambiente. Em síntese, denunciam desrespeito
total ao artigo 125 da Constituição Federal, com ênfase no modelo
energético e agroindustrial, que caminha para o extermínio da
biodiversidade, aumento de desigualdades e genocídio de povos. Mato
Grosso, a Amazônia Legal, laboratório de expansão desta tragédia,
tendo Cuiabá como porta de entrada. Ocupação, desmatamento, modelo
agrícola, hidrelétricas, expandindo sem restrições. Rios e povos
presentes nas bacias e tributários como os rios Paraguai, Cuiabá,
Coxipó, Manso, São Lourenço, Teles Pires, centenas e milhares
deles pedem socorro. Mais de cento e trinta hidrelétricas em
andamento e previstas para as cabeceiras do Pantanal sem estudos
sérios de viabilidade, meio ao desmate sem limites. O governo do
Estado de Mato Grosso, à margem e à deriva nas ações de controle
ambiental. A destruição do Pantanal vem especialmente pela ocupação
destrutiva dos territórios da bacia alta, nas suas cabeceiras
formadoras. Segundo, pelo impacto expressivo da poluição urbana,
carente de sistemas de coleta, tratamento e disposição de resíduos
sólidos e líquidos como os esgotos, o lixo urbano, o lixo
hospitalar, resíduos de postos de gasolina, e tantos outros
poluentes que nem estão identificados e monitorados para proteger a
população. Estamos à mercê de uma política abutre, nesta
“toada” nossos sistemas e recursos hídricos, tanto superficiais
como subterrâneos, terão como futuro a condenação. Se não
mudamos no começo nem no meio, será que não dá de mudar o final?
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