Após
os 25 anos do SUS inscrito na Constituição Federal não conseguimos
avançar na perspectiva do financiamento. Ficou mutilada a emenda 29,
este último governo manteve a desvinculação de Receitas da União,
atingindo diretamente a Educação e a Saúde. O governo posterga o
alcance do patamar mínimo de 10% do DIB pra a Saúde, com objetivo
de garantir investimento público e financiamento exclusivo da rede
pública estatal de serviços de saúde. Não seria nada mais do que
cumprir o que foi aprovado na 14ª Conferencia Nacional de Saúde.
Este importante espaço de efetiva manifestação de demanda da
população vem sendo literalmente esvaziado, desde os âmbitos da
maioria dos Estados e Municípios. Isto é rigorosamente o cenário
aqui em MT, fazendo virar “história para boi dormir” com as
esperanças ainda contidas em uma fração do movimento social ligado
à saúde. Os Conselhos têm a legitimação de interesses escusos
dos executivos, corroborado pelos Legislativos. O cenário de votação
das OSS pelo Conselho Estadual de Saúde foi sórdido: até agora
foram propostas para atender interesses de conselheiros para votarem
a favor. Daí a algum tempo o Conselho “arrependeu-se”. O estrago
já estava feito. Falta a mínima autonomia a estas instancias de
representação, que já tem conselheiros eternos fazendo “o diabo”
para continuarem nos cargos com benesses pela servidão a quem devem
fiscalizar e contrapor, em benefício de interesses da população.
Que desculpa esfarrapada do Legislativo de Cuiabá argumentando a
aprovação a “toque de caixa” da Empresa Municipal de Saúde.
Atestado de irresponsabilidade. A EBSERH, na qual se espelha a Saúde
de Cuiabá, é contestada pelo Conselho Nacional de Saúde,
Universidades Públicas Federais, Hospitais e Institutos Federais,
como pela Procuradoria Geral da República (ADIN nº495/2015) no STF.
Saúde, Educação, Transporte e Segurança Pública nunca poderão
ter bom encaminhamento como produto de mercado. É preciso investir
na rede básica e secundária, remetendo a responsabilidade de maior
complexidade a outras instancias de governo. Do ponto de vista do
financiamento e gestão pública, não é possível que o orçamento
fiscal financie planos privados de saúde, em detrimento do público.
O que a Constituição Federal preconiza incondicionalmente o SUS
público, 100% estatal, universal, de qualidade, sob gestão direta
do Estado e contra todas as formas de privatização.
Waldir
Bertúlio
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