terça-feira, 26 de novembro de 2013

Combate à Violência contra as Mulheres


Este dia 25/11, foi o dia do Combate à Violência Contra as Mulheres. Trago a memória extraordinária de Pagú , a militante pelos direitos das mulheres, que fez na sua irreverência a inspiração para a luta de classes e gêneros. A Lei Maria da Penha vigora desde 2006. De lá para cá, neste período, a morte de mulheres por agressão continua nos mesmos patamares e índices. Há dois meses, o IPEA publicou dados confirmando que o feminicídio aumentou de 2001 a 2011. Esta pesquisa baseou-se nos dados dos Sistemas de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Foram assassinadas 16.993 mulheres entre 2009 e 2011. A pesquisa estabelece um questionamento sobre os impactos da Lei Maria da Penha nos seus 7 anos de existência. Chama atenção que as vítimas de assassinatos entre 2001 e 2009 foram de mulheres jovens, com idade entre 20 e 39 anos, mais de metade dos óbitos (54%). Pior, 61% foram mulheres negras. Das que tinham acima de 15 anos, 45%tinha somente 8 anos de estudo. Metade dos assassinatos foi com armas de fogo, e 34% com instrumentos cortante-perfurantes como a faca. Nos fins de semana ocorreram 36% dos crimes,com 19% aos domingos. A pesquisa conclui que não ocorreu diminuição nas taxas de mortalidade das mulheres brasileiras, tendo ocorrido apenas uma leve queda no inicio da vigência da Lei. Afirmação textual: “necessidade de reforço às ações previstas na Lei Maria da Penha, bem como a adoção de outras medidas voltadas ao enfrentamento à violência contra a mulher, a efetiva proteção das vítimas e a redução das desigualdades de gênero no Brasil”. Isto indica a tendência da falta de um projeto de intervenção, de apoio enquanto política pública, incluindo aí a falta de estrutura e morosidade da Polícia e do Judiciário. Esta é uma realidade do nosso país: leis sem estrutura dos poderes públicos para que sejam cumpridas. Somente recentemente, ( conhecendo previamente estes dados da pesquisa) o Governo Dilma criou uma rede nacional de apoio e centros de referencia estaduais para atender as mulheres vítimas de violência. Implantaria em alguns estados, claro, está só no papel e na propaganda midiática. Não há orçamento, aliás o Governo Federal e o de MT estão em apuros com suas finanças, principalmente frente a prioridade das alocações fisiológicas para o embate eleitoral. Fico perplexo com o silencio e covardia dos que podem denunciar as violências contra as mulheres. Maioria vive apavorada e amedrontada. É preciso ampliar campanhas de informações e redes de apoio. Quero saudar Vera Capilé, minha amada companheira, que dentre tantas ações encantadoras, enfrentamento de conflitos nesta luta permanente e desigual, dedica apaixonadamente seu tempo num mergulho à feminilização da velhice desde o Abrigo Bom Jesus de Cuiabá. Lá, a tentativa de dar dignidade a idosos, mulheres oprimidas e segregadas. Abandonadas pela família e pelo poder público. Um dos componentes da agressão contra as mulheres é a violência sexual. Precisamos reagir!

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