Falar
da paracoccidiomicose e mostrar como a população esta a mercê do
abandono publico. Imaginem que isto pode ser falado de inúmeras
doenças e problemas de saúde que afetam a população. Na exposição
do emérito pesquisador Dr. Ziadir Coutinho da FIOCRUZ, um paciente
veio de SINOP para falar sobre sua doença. Expôs que o medicamento
com que foi tratado acabou com seu fígado, pois não pode utilizar o
medicamento que foi prescrito. Por que é muito caro, custa mais de
R$50.000. A médica Rosane Hahn, que trabalha com o laboratório de
paracoc da UFMT, disse que está implementando um laboratório para
diagnóstico da doença. Dr. Ziadir, que é clínico no centro de
saúde Evandro Chagas da FIOCRUZ, disse da prioridade de prover
recursos laboratoriais e medicamentos. Nas estatísticas oficiais o
paracoc aparece como uma outra doença que só aparece nos EUA. Está
muito evidente que há subnotificação, no seu trabalho, Cáceres
(MT) aparece como a 3ª cidade em internação pela doença. Fala que
é necessário treinar clínicos em educação permanente, pois o
diagnóstico é frequentemente confundido com muitas outras doenças,
como Leishmaniose (alastrada em Cuiabá, Várzea Grande, e áreas de
derrubadas de florestas) e até com câncer. Os kits para
diagnósticos tem que ser elaborados aqui em MT. Em MS, já tem uma
rede mobilizada para o interior. A UFMT precisa de apoio financeiro
para ampliar sua ação. Dr. Ziadir disse que só com o SUS público,
equitativo, universal de fato, conseguiremos combater as mazelas e
iniquidades que afligem a saúde da nossa população. Estou agora em
BH, a convite da ABRASCO SEBES para participar do Encontro da
Associação Latino Americana de Medicina Social (a LAMES); são 25
anos do SUS. Aqui colocam os dedos nas feridas perpetradas contras os
princípios e teses da reforma sanitária e do SUS. Até Lula da
Silva já disse que se arrepende de não ter contribuído de fato
pelo avanço do nosso sistema de saúde. Aliás, o SUS somente não
basta: tratado como um setor, ele tem que ser repensado à luz de
qual política de estado, e qual modelo de desenvolvimento,
defendendo a democracia e o caráter público do SUS, e não um
sistema só para a pobreza. Tem que envolver a discussão de
políticas econômicas sociais e culturais. Vejam, 30% da população
tem seguro saúde, muito recurso público. Os outros 70% depende do
SUS. O eixo de enfrentamento é combater a privatização do SUS e a
corrupção. Indicadores mostram que a média de gastos com
internação no SUS vai de R$1.000 a R$5.000, o setor privado
R$20.000. A UMS aponta no setor privado, média de 12 a 17 mil reais,
e no público, de 7 mil reais. Sem rede básica de qualidade, serão
cada vez mais bem vindos doentes para hospitalização. O setor
privado encampou o discurso da universalidade (para todos) e da
integralidade (em todos os níveis). As categorias e princípios do
SUS foram apropriadas por agentes da ganância e do lucro. Mercado e
reprodução do capital não podem opor-se a direitos. MT é um
laboratório destas distorções. Saúde não pode ser mercadoria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário