segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Memória e Educação em MT


Nesta sexta feira teremos um encontro de gerações no lançamento da obra literária “Tempos Idos e Vividos”, do ilustre cuiabano Octhayde Jorge da Silva, ( nome de Escola no CPA) reconhecida figura identificada com os problemas da nossa terra. No Exército, transitou entre o estranhamento e a empáfia de muitos oficiais que eram lotados no 16º BC vindos de fora. Enfrentou e mediou a contenda contra a ideia de que enfrentavam no quartel uma gente daqui, preguiçosa e desobediente. Claro, negros, índios e mestiços, a maioria que adentrava a caserna. Não só os soldados, mas os que seguiam carreira fora da Academia Militar, sofriam o rigor até persecutório de muitos oficiais. Desde tenente, Octhayde tinha outro entendimento e percepção, apesar de ser um militar rigoroso nas normas e deveres, tinha no respeito e dignidade ao outro, o limite do necessário rigor. Em sua relação de trabalho e social, emoções e avaliações diferenciadas, primeiro por conhecer a nossa cultura e modo de vida. Segundo, porque trazia o legado da solidariedade e generosidade, marcas do nosso circulo pantaneiro. Após sua reforma,(aposentadoria) dedicou-se a educação pública, antes como bom professor, e então, também como gestor. Foi trabalhar na antiga Escola Técnica Federal, onde como educador e professor, confirmava seu encantamento com a já boa qualidade de ensino da instituição, especialmente porque formava profissionais para o trabalho. Entendia isto como essencial. Daí, que lutou muito para ampliar a qualidade de ensino na ETF, e aumentar o acesso de jovens para formação média e profissional, com ensino de maior qualidade possível. No seu dia-a-dia espartano, rigoroso, erigiu a qualidade dos cursos e da formação como pressuposto, junto com tantos abnegados e apaixonados professores que construíram desde o inicio este marco de ensino público de qualidade em nosso Estado. Hoje, esta instituição transformou-se em uma Universidade, com os pés fincados no interior de Mato Grosso. Sinceramente, apesar de tanto tentar ouvir argumentações, não entendo porque a Reitoria do Instituto Federal recusou-se a apoiar a publicação deste eminente mestre e gestor. Deveria ser por ela homenageado. Minhas saudações a memória do Prof. Octhayde Jorge, e meus cumprimentos a sua família.

Waldir Bertúlio

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