Nesta
sexta feira teremos um encontro de gerações no lançamento da obra
literária “Tempos Idos e Vividos”, do ilustre cuiabano Octhayde
Jorge da Silva, ( nome de Escola no CPA) reconhecida figura
identificada com os problemas da nossa terra. No Exército,
transitou entre o estranhamento e a empáfia de muitos oficiais que
eram lotados no 16º BC vindos de fora. Enfrentou e mediou a contenda
contra a ideia de que enfrentavam no quartel uma gente daqui,
preguiçosa e desobediente. Claro, negros, índios e mestiços, a
maioria que adentrava a caserna. Não só os soldados, mas os que
seguiam carreira fora da Academia Militar, sofriam o rigor até
persecutório de muitos oficiais. Desde tenente, Octhayde tinha outro
entendimento e percepção, apesar de ser um militar rigoroso nas
normas e deveres, tinha no respeito e dignidade ao outro, o limite do
necessário rigor. Em sua relação de trabalho e social, emoções
e avaliações diferenciadas, primeiro por conhecer a nossa cultura e
modo de vida. Segundo, porque trazia o legado da solidariedade e
generosidade, marcas do nosso circulo pantaneiro. Após sua
reforma,(aposentadoria) dedicou-se a educação pública, antes como
bom professor, e então, também como gestor. Foi trabalhar na antiga
Escola Técnica Federal, onde como educador e professor, confirmava
seu encantamento com a já boa qualidade de ensino da instituição,
especialmente porque formava profissionais para o trabalho. Entendia
isto como essencial. Daí, que lutou muito para ampliar a qualidade
de ensino na ETF, e aumentar o acesso de jovens para formação média
e profissional, com ensino de maior qualidade possível. No seu
dia-a-dia espartano, rigoroso, erigiu a qualidade dos cursos e da
formação como pressuposto, junto com tantos abnegados e
apaixonados professores que construíram desde o inicio este marco de
ensino público de qualidade em nosso Estado. Hoje, esta instituição
transformou-se em uma Universidade, com os pés fincados no interior
de Mato Grosso. Sinceramente, apesar de tanto tentar ouvir
argumentações, não entendo porque a Reitoria do Instituto Federal
recusou-se a apoiar a publicação deste eminente mestre e gestor.
Deveria ser por ela homenageado. Minhas saudações a memória do
Prof. Octhayde Jorge, e meus cumprimentos a sua família.
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