Preocupa-me muito saber qual o
projeto para o país daqueles entes políticos que confiaram em acordos torpes
com o Presidente da Câmara, tal qual fez o Governo e suas lideranças para
tentar salvar a furibunda Presidente. Tão interessados estavam, que o PSOL e
REDE que tomaram de fato iniciativa no processo que hoje comprime especialmente
o Governo e a base aliada. Fizeram jogo de corpo mole o tempo todo na tentativa
de assegurar o “apoio” de Eduardo Cunha para encaminhar o impeachment ou não
acatá-lo. O PSDB ficou ao sabor das ondas, esperando e confiando na corte ao
presidente da Câmara, que ao mesmo tempo era objeto de negociações em favor da
Presidente, especialmente a si próprio, para escapar da cassação. Nesse
sentido, também a oposição que confiou na negociata com o Presidente da Câmara,
sofreu desmoralização, na medida em que perdeu todos os momentos de se colocar
firmemente na pauta política que atormenta o país. O Brasil demorará por certo,
muito mais tempo para sair desta crise que alarga seus horizontes, arrastando
manifestos opositores também nas torrentes do descrédito. Por quê?- Postaram-se
de maneira oportunista para conseguir seus intentos confiando em um personagem
rigorosamente desqualificado para conduzir qualquer medida séria na câmara
Federal. Presidindo o Senado, outra
figura que já escapou da cassação por artimanhas, envolvido como o Presidente
da Câmara em sérias investigações sobre corrupção que estão vindo a tona, graças
a operação Lava Jato. A crise política é devastadora, não se tratando apenas da
economia do país, aproximando-se o momento potencial de colocar a vista o
ex-Presidente Lula da Silva. Varre o país o aumento do desemprego, inflação,
cortes profundos em políticas sociais estratégicas, redução dos investimentos,
queda das exportações, inflação, alta de juros, carestia, prolongando além de
2016. Temos que lutar contra a possibilidade da “depressão”, agravamento
socioeconômico que vêm após um período maior de recessão. A gravidade amplia
quando enxergamos que não temos nada a vista de melhoria em um futuro próximo,
a não ser a incerteza no quadro sócio-político. aqui no Brasil, os bancos
ganham na crise, pois tem menor risco em operações com o setor público,
alimentando o rentismo, agiotagem, no conluio da apropriação privada do setor
público. Ainda pesam acusações sobre a campanha de 2014. Lembre-mo-nos do
esquema PC Farias/Collor. Foi o tesoureiro da campanha, sendo assassinado sem
nenhuma investigação rigorosa, como foi o caso de Celso Daniel. Provavelmente,
se houvesse delação premiada e juízes como Sérgio Moro naquela época, Collor
poderia estar “mofando” na cadeia até hoje. O partido do Governo tem dois
ex-tesoureiros e ex-Presidentes do partido presos. Ainda pesam acusações sobre
FHC, de que a sua reeleição teria sido comprada no Congresso. A defesa da
Presidente, é que a mesma não pode ser objeto de impedimento “só porque teve
avaliação negativa de popularidade”, muito s questionamentos da falta de
motivos sólidos vieram, mas os argumentos são específicos e claros.
Admissibilidade ou não do impeachment tem causas jurídicas, pressão da
oposição, e de segmentos expressivos da sociedade. As tais “pedaladas fiscais”
por exemplo, são instrumentos evidentes de maquiação das contas públicas.
Apontam para a violação da Constituição Federal. além disso, edição de decretos
não nomeados, sem comprovação de compatibilidade com metas fiscais. Aí, a lei
de responsabilidade fiscal é uma faca de dois gumes. Nesta trajetória, não
pediu autorização ao Parlamento, abrindo créditos fictícios sem previsão
orçamentária através de decretos publicados no diário oficial em 2015. As
pedaladas vinham configurar-se como empréstimos ilegais, tanto que, o grande
esforço atual é pagá-las. A União
contratou o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal para operar o Bolsa
Família e o projeto Minha Casa Minha Vida com repasses mensais. As
transferências não foram efetuadas entre 2011 e 2014, mas estes efetuaram os
pagamentos, configurando assim segundo autores do processo, verdadeiras
operações de crédito. Apesar de que a Lei de Responsabilidade Fiscal seja
draconiana, ela proíbe essas operações com instituições financeiras estatais.
Quais penalidades? No artigo segundo da Lei de Impeachment, perda de cargo por
cinco anos em qualquer função pública, em casos de crimes por responsabilidade.
Onde está previsto isto? Na Lei 1079/50 (Impeachment). Diz que infligir a lei
orçamentária, ordenar ou outorgar abertura de crédito sem autorização do
Senado, sem fundamento na Lei orçamentária ou de crédito adicional sem
prescrição legal. A lei diz que é crime contra a guarda e o legal emprego do
dinheiro público abertura de crédito sem apoiar em formalidades legais, empréstimos, emitir moeda corrente ou
apólices. Esta pendenga que abre este difícil ano na politica brasileira. Tem
muita surpresa ainda sobre a corrupção em nosso país. O povo continuara pagando
para ver, ou irá protagonizar novos e melhores tempos?
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