quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Um Pacto Por MT I

imagem retirada da internet: www.zakinews.com.br
“Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para poder ter sonhos” (Fernado Pessoa). Ventos de esperança sopram e embalam esta virada de ano aqui em MT. A perspectiva concreta de adentramento a uma agenda pública de Governo que possibilite gradativamente a instauração de corolário político assentado na reconstrução da Ética Pública. O que vivemos infelizmente, é uma crise de Estado (BR e MT). Acumulada na cronicidade, impunidade e promiscuidade entre o que é público e o que é apropriação privada do poder público. A saída é buscar eliminar a fraude e a enganação política tradicional de dirigentes e mandatos em relação à base social. A responsabilidade política que se manifesta é certeira na potencialidade de mudanças já apontadas, caminhando no sentido da quebra do padrão de uma cultura institucional clientelista, corporativista e autoritária. O exercício de um poder de Estado compartilhado e apoiado pela sociedade, legitimado por expressiva votação, que no sufrágio eleitoral deposita sua decisão e delegação para as mudanças propostas. Fato e chance nova para MT, quando surge uma figura política que arrosta o estado de coisas da desfaçatez pública. Lembro-me (embora pessoas de perfis diferentes), da candidatura do Padre Pombo, uma vela que se ascendeu meio a terra arrasada (como agora), frente a gestão pública do Estado nos estertores da ditadura. Isto no terço inicial da década de 80. Perdeu no “tapetão”, era uma chance sim, naquela conjuntura tentar empreender uma outra concepção e prática de gestão pública. Depois, a vitória de Dante de Oliveira na prefeitura de Cuiabá (1985, “foi um tiro nos pés” ter assumido um Ministério (MIRAD), deixando o mandato de primeiro prefeito eleito após a ditadura.  Carlos Bezerra ganhou o Governo do Estado, promessas e decepção, adentrou ao que combatia, o coronelismo político. O grupo tinha, pelo menos na aparência, o Governo do Estado e a prefeitura nas mãos. Perderam a Prefeitura de Cuiabá para as forças chamadas retrógradas, apesar de terem o domínio da Prefeitura de Cuiabá e do Governo Estadual.  Os avanços conseguidos, especialmente no setor da Saúde foram desativados. Fruto da incompetência política, olhos grandes e falta de um plano/projeto unitário, coerente e consequente para enfrentar os oponentes. Depois entra na gestão do Estado o brilhante parlamentar Dante de Oliveira, governando com os “chegados” e neoprogressistas (gente que sempre esteve do outro lado), tendo excluído muita gente do maior quilate político e dignidade como Edgar Nogueira Borges. Era o sinal de uma mudança de rumos. Novamente, avanços como no setor saúde foram liquidados, para desespero de vermos perplexos no que chegou este Governo que hoje encerrou seu mandato. O que temos assistido é a máxima de que “o poder corrompe”, claro, a maioria que é corrompível. Pensam que esse poder é eterno, e acabam caindo como “jacas podres”. Absolutamente porque acabam de alguma forma virando as costas para o povo. Agora, 2015 abre com um foguetório em dois sentidos: do alívio da saída deste grupo político que governou até agora, sobretudo, da expectativa   e uma verdadeira esperança no novo Governo que assume a gestão do Estado. O eixo da crise que está sendo enfrentada é de credibilidade. Não se acredita mais nos governantes e maioria esmagadora de parlamentares. Portanto, o substrato é a retomada da credibilidade por parte da sociedade e da força de trabalho do Governo, indignada e que não compactua com a miséria política instaurada. Para que a nova gestão concretize seus propósitos, precisa de apoio, em conexão com o poder societário. Rumo a superação da política como aventura, no enfrentamento da demagogia, do embuste, para caminhar nos valores da seriedade com o bem público.  À frente, conflitos e embates para consolidar um novo tempo para MT, apesar da dura e difícil realidade a ser enfrentada. Coragem e persistência!

 Waldir Bertúlio.

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