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“Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para poder ter sonhos”
(Fernado Pessoa). Ventos de esperança sopram e embalam esta virada de ano
aqui em MT. A perspectiva concreta de adentramento a uma agenda pública de
Governo que possibilite gradativamente a instauração de corolário político
assentado na reconstrução da Ética Pública. O que vivemos infelizmente, é uma
crise de Estado (BR e MT). Acumulada na cronicidade, impunidade e promiscuidade
entre o que é público e o que é apropriação privada do poder público. A saída é
buscar eliminar a fraude e a enganação política tradicional de dirigentes e
mandatos em relação à base social. A responsabilidade política que se manifesta
é certeira na potencialidade de mudanças já apontadas, caminhando no sentido da
quebra do padrão de uma cultura institucional clientelista, corporativista e
autoritária. O exercício de um poder de Estado compartilhado e apoiado pela
sociedade, legitimado por expressiva votação, que no sufrágio eleitoral
deposita sua decisão e delegação para as mudanças propostas. Fato e chance nova
para MT, quando surge uma figura política que arrosta o estado de coisas da
desfaçatez pública. Lembro-me (embora pessoas de perfis diferentes), da
candidatura do Padre Pombo, uma vela que se ascendeu meio a terra arrasada
(como agora), frente a gestão pública do Estado nos estertores da ditadura.
Isto no terço inicial da década de 80. Perdeu no “tapetão”, era uma chance sim,
naquela conjuntura tentar empreender uma outra concepção e prática de gestão
pública. Depois, a vitória de Dante de Oliveira na prefeitura de Cuiabá (1985,
“foi um tiro nos pés” ter assumido um Ministério (MIRAD), deixando o mandato de
primeiro prefeito eleito após a ditadura.
Carlos Bezerra ganhou o Governo do Estado, promessas e decepção, adentrou
ao que combatia, o coronelismo político. O grupo tinha, pelo menos na
aparência, o Governo do Estado e a prefeitura nas mãos. Perderam a Prefeitura
de Cuiabá para as forças chamadas retrógradas, apesar de terem o domínio da
Prefeitura de Cuiabá e do Governo Estadual. Os avanços conseguidos, especialmente no setor
da Saúde foram desativados. Fruto da incompetência política, olhos grandes e
falta de um plano/projeto unitário, coerente e consequente para enfrentar os
oponentes. Depois entra na gestão do Estado o brilhante parlamentar Dante de
Oliveira, governando com os “chegados” e neoprogressistas (gente que sempre
esteve do outro lado), tendo excluído muita gente do maior quilate político e
dignidade como Edgar Nogueira Borges. Era o sinal de uma mudança de rumos.
Novamente, avanços como no setor saúde foram liquidados, para desespero de
vermos perplexos no que chegou este Governo que hoje encerrou seu mandato. O
que temos assistido é a máxima de que “o poder corrompe”, claro, a maioria que
é corrompível. Pensam que esse poder é eterno, e acabam caindo como “jacas
podres”. Absolutamente porque acabam de alguma forma virando as costas para o
povo. Agora, 2015 abre com um foguetório em dois sentidos: do alívio da saída
deste grupo político que governou até agora, sobretudo, da expectativa e uma
verdadeira esperança no novo Governo que assume a gestão do Estado. O eixo da crise
que está sendo enfrentada é de credibilidade. Não se acredita mais nos
governantes e maioria esmagadora de parlamentares. Portanto, o substrato é a
retomada da credibilidade por parte da sociedade e da força de trabalho do
Governo, indignada e que não compactua com a miséria política instaurada. Para
que a nova gestão concretize seus propósitos, precisa de apoio, em conexão com
o poder societário. Rumo a superação da política como aventura, no
enfrentamento da demagogia, do embuste, para caminhar nos valores da seriedade
com o bem público. À frente, conflitos e
embates para consolidar um novo tempo para MT, apesar da dura e difícil
realidade a ser enfrentada. Coragem e persistência!
Waldir Bertúlio.
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