Muitos não podem celebrar as
festas de Natal e fim de ano, porque simplesmente as condições de vida não
permitem. Tem gente passando fome nesses dias em nossas periferias, crianças
comendo só papas de arroz como já vimos muitas vezes. Idosos e crianças
maltratados e abandonados. A vida de hoje está intensamente tomada pela
expropriação humana que o poder impõem, ocupando todos os espaço da nossa
existência. Ele se apropria do nosso corpo, da mente, da afetividade, da criatividade,
da inteligência, da imaginação e da dignidade. Poder do mal, impõe a
desconstrução da cidadania. Outro, que toma conta de tudo, não fala da
autoridade, o chamado poder substantivo. É o desejo de exercer o poder como
possibilidade de ter alguma coisa, que nos leva positivamente a gostar de viver.
É a política em nosso cotidiano, lutando para termos o melhor mundo possível,
acalentando sonhos felizes. A política deveria ser uma possibilidade de teias
de mediações que forem possíveis para melhorar a vida das pessoas, coexistindo
mais próximo da justiça e de superação das grandes diferenças existentes em
nossa sociedade. Há um contraponto permanente, a tendência humana para a
injustiça, longe de expressar a tal soberania popular. É preciso apostar em uma
perspectiva otimista da natureza humana, pois está em curso galopante o não
acreditar em nada (niilismo). O mundo político não deveria ser apenas uma
promessa, mas uma necessidade imperiosa de um futuro menos injusto, o que vem
sendo perpetrado pela ação política desviada como função de poder do Estado. O
que de real existe são profundos conflitos de interesses que se expressam em
nossa humana condição de falíveis e imperfeitos. A política passa a ser para o
povo, a arte da desconfiança, com a janela aberta para buscar fazer e
reconstruir um mundo possível e de solidariedade. Este é o caminho da
resistência ao desvio da função da política como um instrumento de poder da
sociedade. Na visão reduzida, o voto representa o momento eleitoral. E depois?
Será que alguém faz festança ou alegrança de verdade por obrigação? Onde a eleição
como festa da democracia? Da voz do povo? E porque não? Um em cada cinco
brasileiros não compareceu na última eleição (27,6 milhões), equivalente a 19,4
milhões de votantes aptos. Isto vem aumentando, tendo chegado a 29 por cento os
que não votaram em nenhum candidato. Será só desilusão com os políticos, com a
política? Dos que participam, maioria não compreende direito o que se passa.
Grande quantidade de votos inválidos são de protesto e indignação com o sistema
político brasileiro, que vem aumentando. Maior taxa de votos não válidos foram
para parlamentares, especialmente Senadores. Brancos e nulos cresceram muito,
desde o Executivo até as casas Legislativas. Será que a maioria dos eleitores
entende a importância dos Legislativos? Honrar mandatos, zelar pela cidadania é
tarefa de poucos parlamentares. Servida à mesa, a Petrobrás privatizada servindo
interesses inconfessáveis de grupos políticos. É uma história crônica de saque
ao patrimônio público. Ao contrário do discurso oficial e midiático de
patrimônio do povo brasileiro. As contas dos Governos Federal e Estadual (MT),
grotescamente maquiadas. Manipulam o orçamento geral, a contabilidade fiscal,
confusão premeditada contando com a “intransparência”. A contabilidade não é
confiável, a realidade é outra. É bom que tenhamos como presente a
possibilidade, a expectativa real de mudança deste quadro. Absolutamente
nefasto para a esperança, a ética, a democracia e a cidadania. É preciso reabilitar
e moralizar a política.
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