Perdemos
verdadeiros imortais por suas consistentes e densas obras
literárias,em um tempo menor que uma semana: a morte dos escritores
João Ubaldo Ribeiro(18/07/14), Ariano Suassuna(23/07) e Rubem
Alves(19/07). Deixam um imenso espaço vazio, com o dedo em riste
para o triste cenário político brasileiro, principalmente nestes
tempos de tanta baixaria nas eleições. No lançamento da obra “Viva
O Povo Brasileiro” de João Ubaldo, estava junto com minha amiga
Sônia Lafoz, lá em Curitiba, quando compramos o livro e conversamos
bastante sobre o seu conteúdo. Sônia é a ex-guerrilheira mais
lendária do Brasil, esteve recente aqui em Cuiabá, onde morou
bastante tempo .Enfim, declinou de dar entrevistas para mim sobre sua
vida. É uma trajetória da verdade. Entendemos que João Ubaldo
nunca curvou-se a qualquer tentação de sinecura. Combateu
veementemente em sua prática de escritor, pela autonomia e
honestidade intelectual. Li com prazer o seu último artigo “O
correto uso do papel higiênico”. Quando a liberdade e a
integridade de opinião estão ameaçadas, a perspectiva democrática
é abalada gravemente. Quando a verdade é apagada pela mentira e
pela dissimulação, como assistimos nos cenários da política, da
cultura e da arte no Brasil e em MT. João Ubaldo nos transmite que
fundante no discursso da arte literária é a busca incessante pela
verdade do conhecimento. Portanto, perdemos nele um lutador pela
causa da dignidade e independência do pensamento, enfrentando e
resistindo a achaques, aversões e ojeriza dos políticos de plantão
no poder de nosso País. De Itaparica para o Brasil e o mundo, a buca
incessante pela verdade possível. A partir do enfrentamento a
manipulação e desonestidade na cultura, nas artes, na literatura,
para confrontar a desonestidade política. O palco de despedida de
João Ubaldo é uma arena de indignação e confronto com a
descontrução do pouco de ética polítca acumulada em nosso país
(muito aqui em nosso Estado). Corrupção material, das mentes, dos
sonhos, da esperança, e até se possível, das almas da nossa gente.
Assim, a literatura, a poética, as artes em sua amplitude
infindável, seguem na busca pela verdade e contra a manipulação e
a desonestidade. Exercer a poética desde as bases de Aristóteles,
onde conhecimento e verdade são únicos e não se dissociam. O
pressuposto é perseguir a verdade, onde os conhecimentos expressam e
legitimam pela sua credibilidade. As Academias, desde as
Universidades, as letras, pululam de sacripantas. É preciso
desmascara-los. Retomar desde os quatro argumentos Aristotélicos:-
a poética, que é o possível; a retórica, que é o provavél; a
dialética, que é o verossímil, e a analítica, que é a certeza.
Podemos dizer então que a função eixo que devemos procurar é a
honestidade intelectual e política. Essa honestidade e decorosidade,
tem infelizmente sua antítese no cenário que passamos nestas
eleições, e como se portaram também os agentes da cultura e das
artes. Temos que superar também em MT os falseadores (as) dos que
mantém a verdade como direcional na trajetória de vida. Precisaos
valorizar e repolitizar também a área da cultura, onde habitam
tentáculos que nada tem a ver com a independência e honestidade
intelectual. A lição que João Ubaldo nos trás como escritor e
ator da cultura, é que, o melhor aliado nosso deve ser a busca da
verdade. Onde mais fecundar a liberdade de criação, os sentimentos,
as emoções e a utopia? Vamos sonhar e reaver as verdadeiras
esperanças. Viva João Ubaldo Ribeiro, “Viva o Povo Brasileiro”!
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