segunda-feira, 19 de maio de 2014

Mulheres Violentadas



Trezentas mil mulheres são vitimas de violência sexual por ano, estimativa global de dados bastante sub-notificados. Aqui em MT e Cuiabá especialmente, é grande a quantidade de violadores de mulheres, adolescentes e crianças, e que estão soltos por ai. Os dados mais confiáveis, aqueles que são registrados quando se procura o atendimento de saúde (SINAM), por ser obrigatório, representam ainda pouquíssimo da realidade. Teria que haver um monitoramento dos dados em todas as instancias publicas, SUS ( Saúde Publica), SUAS ( Sistema Único de Assistência Social, frágil em MT), Delegacias, Promotoria e Juizado. Recente na justiça foi aberta uma vara especifica para crianças e adolescentes. Teria que ser possível, por exemplo, acessar com facilidade o numero de denuncias, processos nas delegacias, na Promotoria e no Tribunal de Justiça. Saber especialmente que providencias foram tomadas desde a apresentação da denuncia, sua conclusão nas varias instancias e o tempo de tramitação do processo. Quantos foram condenados? Ou, os réus continuam soltos ameaçando vitimas e testemunhas, e lógico, praticando seus crimes sem que sejam contidos? Maioria dos réus com advogados "pífios", negando as acusações peremptoriamente, tentando "criar" testemunhas, mesmo com claras evidencias, fracas investigações ou inexistentes, culpabilizando as mulheres pelo estupro. Seria fácil verificar, mas frente as evidencias, não há investigação sobre a potencial  e lógica  ocorrência de outros casos com os mesmos réus. Continuarão a justificativa de que as delegacias não têm gente preparada em quantidade e qualidade, nem carro, nem combustíveis? No âmbito da Justiça, a sobrecarga de processos, com evidente acumulo de trabalhos para alguns juízes, além da alegada insuficiência quantitativa dos mesmos. O desconhecimento das vitimas do que constitui delito, age dissuadindo muitos sobreviventes de abuso sexual a denunciarem. Contribui também para que as famílias não apresentem denuncias formais, principalmente com crianças e adolescentes. É uma ameaça o criminoso ficar solto, pior, denunciantes não receberem respaldo e proteção. As vitimas que denunciam recebem freqüentemente posturas inadequadas, inóspitas e grosseiras nas instituições responsáveis, um sério obstáculo para desdobramento das denuncias. Muitos agentes públicos tendem a desqualificá-las. É necessário uma rede ativa de Serviço Social com profissionais bem treinados e que funcione de fato a rede descentralizada do SUAS e do SUS, vindo desde o primeiro atendimento, IML , delegacia e justiça. É preciso explicitar o respaldo, a identificação  para denuncia desses crimes nos contatos permanentes com a comunidade envolvente. Não há dificuldade de ter agentes e promotores de comunidades que identifiquem e incentivem as denuncias e punição. Certo é, que o papel central, determinativo e resolutivo é de responsabilidade dos poderes do Estado. É preciso construir uma agenda de cooperação, sob pressão das representações sociais das mulheres e das Instituições autônomas de Direitos Humanos, cobrando ações e recursos das três instancias de governo. Há uma desconfiança geral no Sistema Público. Estamos distantes da Justiça e reparação contra esses crimes hediondos. Até quando?

Nenhum comentário:

Postar um comentário