segunda-feira, 27 de abril de 2015

Ditadura Nunca Mais

Foto extraída do site: lounge.obviousmag.org

Afinal, as manifestações  de volta á ditadura, muito polemizada,  inexpressivas  até pela quantidade tão pequena de saudosistas chamados então de ultradireita. Até mesmo estes “gatos pingados” sabem o que é voltar ao inferno, à violência de ferozes matizes e a desativação dos princípios democráticos. A impunidade e a injustiça em todos os níveis. Essas vontades sempre existiram, muitas vezes expressadas, como nas últimas passeatas, na pluralidade das manifestações. Em maio passado acompanhei de longe  um ato deste tipo na Praça da República em SP. Pouquíssima gente, como sempre, saudosos da ditadura no país. Nestes tempos, a mídia governamental valoriza estas manifestações como instrumento de defesa frente à avalanche das pressões do povo pela aprofundada crise política e econômica no país, tentando obscurecer as demandas legítimas que são colocadas. O canto poético do saudoso Gonzaguinha expressa o horror à ditadura: “São tantas lutas inglórias/são histórias que a história/qualquer dia contará/de obscuros personagens/as passagens, as coragens/são sementes espalhadas neste chão/de juvenais e Raimundos/tantos Julios de Santana/uma crença num enorme coração/dos humilhados e ofendidos/explorados e oprimidos/que tentaram encontrar a solução/são cruzes sem nomes, sem corpos, sem datas/Memórias de um tempo onde lutar por seu direito/É um defeito que mata.” O seguinte: querer a volta da ditadura, aí sim, é um golpe, mesmo que de carona em protestos com causas legítimas. Também pedir nas ruas o Impeachment da Presidente não faz de ninguém um(a) golpista. Exercem o legítimo direito de se manifestar, concordemos ou não. Em muitos países de melhor perspectiva democrática, impedimento é uma demanda legítima para governantes que cometem desde crimes de responsabilidade. Daí para chamar um golpe militar, à distância é enorme, inconsequente e absurda. Em pesquisa efetuada em Curitiba/PR, 84,76% são contrários. Medidas extremas não encontram espaço na sociedade, ainda que conservadora, a maioria é a favor do regime democrático. A segmentação da sociedade expõe as diferentes visões políticas, mesmo as superminoritárias. Interessante é que no ato pró-governo (13/03) conduzido pelo PT e seus aliados do movimento social, a Paraná pesquisas mostrou 17% de participantes favoráveis ao Impeachment. Apontou 37,16% indicando responsabilidade da Presidente pela crise econômica no país. Pelo levantamento no dia 13/03, foram oitocentas pessoas em apoio á Dilma e a Petrobrás. Já no dia 15 de Março, foram 80 mil pessoas, sendo que 89,52% dos participantes continuarão indo aos futuros protestos. Nestes atos de março, a volta a ditadura foi amplamente rejeitada. Esses resultados são compatíveis com os de SP, RJ e outras grandes capitais. Em Cuiabá foi muito expressiva a participação nos atos contra a Presidente Dilma, e minúsculo no que fui observar na Av. Getúlio Vargas a manifestação pró Dilma. -Corrupção na Assembleia Legislativa: em Curitiba, o trabalho investigativo de jornalistas da Gazeta do Povo e da RPCTV levou dois anos desvendando o escândalo chamado “Diários Secretos”. Esquema criminoso na AL do Paraná para desvio de dinheiro via contratação de funcionários fantasmas e laranjas. Desdobraram-se processos de improbidade administrativa, formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Infelizmente aqui em MT ainda não foi feito um trabalho rigoroso de  investigação na gestão da Assembléia Legislativa. Por enquanto, só fumaça esparsa. O avanço do combate a corrupção é elemento de legitimação dos novos atores do Governo. E de parlamentares? Esperar para ver.

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