terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Conjuntura IV


O ano de 2014 já é antecipado como “ano morto” na gestão pública: eleições, copa do mundo, abrindo-se à folia carnavalesca. Políticos viajando direto pelas “bases”, desde a anunciada agenda presidencial, ao governo de Mato Grosso, obviamente, no embate sem limites da campanha eleitoral. Enquanto isso, estimula-se a opacidade da lei de transparência, em todos os níveis de governo. Não se consegue obter informações precisas nos portais para efeito de conhecimento, comparação e avaliação. Aqui em Mato Grosso a dificuldade é grande, aprofundando no arremedo de transparência, dificuldades deliberadas de acesso a informações sobre gastos públicos e sua eficácia. Pesquisas mostram que os melhores sistemas são acessados com menos “cliques” nos portais oficiais. A ONG Contas Abertas, quando consegue divulgar gastos duvidosos, é ameaçada de ser processada por agentes públicos. Absurdo as empresas estatais não serem sujeitas a Lei de Acesso a Informações. Negam-se acessos a dados com argumentos tipo: “ segredo de mercado”. Se na administração direta temos dificuldades enormes de acessar informações qualificadas, imaginem em outros espaços que deveriam ser controlados pelo Estado. Clubes de futebol por exemplo, arrecadam em nome do torcedor (a CEF é importante patrocinadora) seus orçamentos deveriam ser publicizados, como também as igrejas. Até fiéis e torcedores tem direito de saber quanto é arrecadado e como é gasto o dinheiro. E as isenções fiscais? Abrem-se portas para os maus políticos, como no caso da retirada do poder de investigação dos promotores/procuradores, cerceando, em mais uma ofensiva, o poder de investigar crimes eleitorais. O TSE restringiu esta ação ao juizado eleitoral. Só esta instancia poderia autorizar ou pedir abertura de inquérito policial em denuncias de crimes eleitorais. É preciso reverter esta situação, pois o MP atua em nome do eleitor. Sua atuação pode agilizar coisas como apuração de compra de votos, fraudes, uso da máquina pública e tantos outros crimes históricos e crônicos. Em dezembro de 2012 venceu o prazo estabelecido pelo CNJ (meta 18) para cumprir julgamento de processos por improbidade administrativa e contra a administração pública movidos até 2011. A próxima meta é para processos até 2012. O último levantamento aponta média cumprida em torno da metade do que foi estipulado. Mato Grosso, certamente em condições nada favoráveis. Isto influenciaria o controle de “fichas sujas”. Quem quer eleições menos transparentes neste ano?

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