sexta-feira, 28 de junho de 2013

Não somos marionetes! I



Fui orgulhosamente às bem-vindas manifestações e caminhadas da nossa juventude aqui em Cuiabá. Participei dos embates ferrenhos contra a ditadura militar entre 1967 e 1972, quando estudante. Embora conjunturas diferentes, há um liame estrutural semelhante, forte na indignação e busca de resistência e enfrentamento frente à malversação do Estado Público no Brasil. O título deste artigo eu ouvi sendo entoado, dentre tantos outros contra a corrupção, até o “FORA RIVA” entoado unissonamente por mais de 40.000 pessoas nas portas da Assembléia Legislativa. Relevantemente de grande expressão a rejeição contra a PEC37. Muito emocionante, na caminhada da Praça Alencastro/Assembléia, funcionários e moradores saudando com chuva de papéis picados. Pensei que já nesta fase da minha terceira idade não viria jamais tal mobilização pacífica e ao mesmo tempo contundente e irada com a gestão pública. Atos  bonitos, estimulantes e verdadeiros, a marca destas mobilizações que em rastilho devem continuar. A partir de uma metáfora de caminhar, ir à frente, em um dos fios de meada do desprezo governamental à mobilidade e ao transporte coletivo público.  Mostram , ao contrário do que muitos pensam( que são todos apolíticos) que sabem muito bem o que é a verdadeira política. É na luta cotidiana, quando construímos uma ética social, presentes o limite da dignidade e do respeito ao outro, à outra e ao ambiente cultural, subjetivo e material que nos envolve. Por que contra políticos e partidos? Porque sentem no dia a dia tragédia da desrepresentação, dos mandatos  onde quase todos os partidos não tem princípios para defender. Descrédito contra o cinismo, a corrupção e a impunidade, verbalizando a farsa democrática. Então este levante traz em seu bojo o sonho impetuoso da democratização, da autonomia, da transparência e da necessidade de arrancar as máscaras da impunidade, da falsidade e da mentira. O que está por trás da gota d’água  que detona este movimento nacional é ver que raríssimos políticos honram seus mandatos obtidos em eleições, vias de regra com muito dinheiro e manipulações escusas. Depois querem receber a fatura locupletando-se sem limites nas tetas e entranhas do orçamento público. Imaginem uma auditoria sobre origem de fortunas de tantos políticos e pseudos empresários que se locupletam do poder público aqui no Estado? Poderíamos comprovar, certamente, esta rapinagem crônica e atual dos cofres públicos. Lobos ferozes cuidando de cordeirinhos!

  Waldir Bertulio

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