O cenário
que temos na Câmara de Vereadores de Cuiabá é triste e vergonhoso.
Muitos pensavam que a renovação de mandatos traria a possibilidade
de representação conseqüente no exercício parlamentar. Ledo
engano, lá está a maioria de vereadores em primeiro mandato que
elegeu um presidente com ligações de campanha eleitoral nada
recomendáveis. Os vereadores têm o que merecem, adentrando ao
“toma - lá dá- cá” e em beneficio de si próprios. Fiquei
curioso e fui ver a proposição do projeto de Lei do vereador
Presidente, que interfere na Legislação do Uso do Solo Urbano,
deste que foi destituído de seu cargo pelos (im)pares e mantido seu
retorno por ordem judicial, graças a erro crasso malversando o
relatório de votação. A verdade, o que vi na proposta do vereador
foi a defesa de empreiteiros e especuladores imobiliários, muito
longe de pensar no compromisso de termos uma cidade onde possamos
viver com dignidade. Que nova geração é esta? Lixe-se novamente
o povo! Este embate, com certeza não é do bem público, é a
oposição entre o autoritarismo e coronelismo e a busca de ampliar
benesses para os que deveriam representar a população. Interesses
dignos não percorrem esta agenda, salvo raros parlamentares que
tentam manter-se em um limite da linha de decorosidade política.
Deste jeito, para que servirá esta Câmara de Vereadores? É preciso
pressioná-la e sacudi-la! Reproduzem o mesmo estiolamento político
da Assembléia Legislativa e da Câmara Federal. Esta última mostrou
ao povo brasileiro e ao STF, no caso da absolvição do deputado
federal Natan Donadon, que não é digna de respeito. É de fato um
lugar da malversação política, da transgressão moral e do
acolhimento da contravenção. Donadon, já condenado, foi primeiro
deputado preso no exercício de sua função após a ditadura
militar. E aí, o que resta para fazer justiça neste cenário?
Outros réus do mensalão estão na fila e em condições
semelhantes, os Deputados João Paulo Cunha, José Genoino, Waldemar
Costa Neto e Pedro Henry, na história política de Mato GROSSO na
minha geração, se todos contraventores e riquezas ilícitas fossem
investigados, teríamos que construir andares de prisões. Verdade é,
que o STF vai consolidando seu entendimento sobre corrupção,
tendencialmente dificultando manobras para que réus já condenados
sejam favorecidos. Por que ainda não questionaram a necessidade de
que o Ministro Dias Toffoli, visceralmente ligado às hostes petistas
do antigo Campo Majoritário do PT ( Carlos Abicalil, Alexandre
Cesar) e a José Dirceu, não se dá por impedido neste
julgamento?
Waldir
Bertúlio
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