domingo, 18 de novembro de 2012

Maratona Pós eleitoral



As vitórias em Rondonópolis e Cuiabá-MT mostraram que é necessário muito mais que a popularidade(em parte midiática) de Lula da Silva e Dilma Rousseff para ganharem eleições, como ocorreu em outras cidades brasileiras. O ex- presidente chegou a aportar em Cuiabá ás vésperas das eleições, como que para consolidar a vitória da base governista. A oligarquia partidária vai deteriorando até as últimas consequências a noção de partido, de política, e até da renovação dos quadros. Parece que essa lanterna está acesa, apesar de que aqui em MT, muito mais, os donos dos partidos continuem ignorando a renovação, até como instrumento de sobrevivência política. Os novos prefeitos assumem quase todos as prefeituras em condições altamente desfavoráveis, via de regra insustentabilidade financeira e retaliação eleitoral. Caso típico de de Rondonópolis e Cuiabá. Pelo que ouvimos na campanha governista, o bem público e coletivo não estariam acima de qualquer causa. Só os do mesmo grupo e partidos teriam possibilidades de receber apoio e verbas, apesar dos recursos pertencerem a toda sociedade. As eleições de 2014 estão colocadas muito antes das eleições recentes. Importante é o entendimento de que o processo democrático ganha quando se desenha uma oposição que não tenha o “rabo preso” com o governo, abrindo mãos das benesses da cooptação governamental. Hoje há claramente uma perspectiva de enfrentamento político-eleitoral, desde a promissora gestão de Rondonópolis a Cuiabá e outros municípios, que terão de mostrar a que vieram. Apesar das promessas de retaliação. Mesmo que incipientemente, o povo está mostrando ter sinalizadores para separar o joio do trigo. É interessante que alguns políticos descubram que é importante para a sua marca ter muito bem definido de que lado está. Não é possível continuar essa inconstância e deslealdade democrática de estar com todos grupos e partidos. Significa primeiro não ter princípios a defender enquanto ética e ação. É preciso colocar na arena os conflitos políticos, as diferenças, é isto que pode proporcionar avanço. Nada de tudo pasteurizado, igual, fingindo não existirem interesses diversos, a pretexto de se manterem no poder a qualquer custo. O enfrentamento de grupos políticos em Rondonópolis e Cuiabá foi uma boa mostra de que novos tempos podem surgir no cenário matogrossense, além do adesismo e do fisiologismo político. É preciso que existam oponentes, com a possibilidade de instaurar outras lógicas políticas e de gestão pública. Caso contrário, estaremos condenados a falência ética na prática dos Poderes, que estão “empedrados” aqui em MT. Acreditam, maioria esmagadora, na impunidade , por mais que o processo do mensalão aponte que a impunidade pode ser rompida gradativamente. Esse verdadeiro “butim “ crônico aqui em MT não é isolado. Após as eleições a Presidente Rousseff convidou o PMDB para um jantar, onde acertaram a condução de Renan Calheiros à Presidência de Senado, dentre outras coisas. Sai Sarney, Renan substitui, fazendo jus á incúria política. Uma verdadeira ofensa ao povo brasileiro. Renunciou em 2007 para escapar da cassação. O PSD(ex PFL,DEM)de Kassab já negociou a entrada na base aliada do governo, perfazendo 9 partidos. Aliás, há 6 dias atrás,foi aprovada na Câmara Federal a criação de um Ministério (orçamento de 7,9 bilhões). Os mandantes do partido já disseram que é pouco, e querem mais. Foi criado um Ministério para Marcelo Crivella do PRB,que aderiu em fevereiro. (apareceu na campanha do PT aqui em Cuiabá como fôrça evangélica). Acontece que é como a maioria dos partidos, apoiam qualquer governo, desde que recebam o preço pedido e se instalem junto com os donos do poder. Estarão em 2014 do lado que mais lucrar. Esta é uma das tragédias do sistema partidário brasileiro. Enquanto isso, tramita lentamente no Congresso coisas como a extinção do 14° e 15° salários dos parlamentares (proposta entregue por Jovita Rosa, Coordenadora do MCCE, com 40000 assinaturas) e a extinção do voto secreto. A Reforma Política, que melhoraria o processo eleitoral, vai ser fatiada, nada de uma reforma profunda. Será a conta gotas, maioria dos parlamentares não quer aprovar algo que vá impedir ou dificultar sua permanência no poder e nos mandatos. O PT, Zé Dirceu, Lula da Silva continuam tentando desmoralizar o STF. Enquanto isso, Marcos Valério, testemunha viva anda até de carro blindado, medo de ser assassinado. As eleições municipais foram um recado para os governos municipais, estaduais, e federal. É possível mudar novamente?



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