As
vitórias em Rondonópolis e Cuiabá-MT mostraram que é necessário muito mais que
a popularidade(em parte midiática) de Lula da Silva e Dilma Rousseff para
ganharem eleições, como ocorreu em outras cidades brasileiras. O ex- presidente
chegou a aportar em Cuiabá ás vésperas das eleições, como que para consolidar a
vitória da base governista. A oligarquia partidária vai deteriorando até as
últimas consequências a noção de partido, de política, e até da renovação dos quadros.
Parece que essa lanterna está acesa, apesar de que aqui em MT, muito mais, os
donos dos partidos continuem ignorando a renovação, até como instrumento de
sobrevivência política. Os novos prefeitos assumem quase todos as prefeituras
em condições altamente desfavoráveis, via de regra insustentabilidade
financeira e retaliação eleitoral. Caso típico de de Rondonópolis e Cuiabá. Pelo
que ouvimos na campanha governista, o bem público e coletivo não estariam acima
de qualquer causa. Só os do mesmo grupo e partidos teriam possibilidades de
receber apoio e verbas, apesar dos recursos pertencerem a toda sociedade. As
eleições de 2014 estão colocadas muito antes das eleições recentes. Importante
é o entendimento de que o processo democrático ganha quando se desenha uma
oposição que não tenha o “rabo preso” com o governo, abrindo mãos das benesses
da cooptação governamental. Hoje há claramente uma perspectiva de enfrentamento
político-eleitoral, desde a promissora gestão de Rondonópolis a Cuiabá e outros
municípios, que terão de mostrar a que vieram. Apesar das promessas de
retaliação. Mesmo que incipientemente, o povo está mostrando ter sinalizadores
para separar o joio do trigo. É interessante que alguns políticos descubram que
é importante para a sua marca ter muito bem definido de que lado está. Não é possível
continuar essa inconstância e deslealdade democrática de estar com todos grupos
e partidos. Significa primeiro não ter princípios a defender enquanto ética e
ação. É preciso colocar na arena os conflitos políticos, as diferenças, é isto
que pode proporcionar avanço. Nada de tudo pasteurizado, igual, fingindo não
existirem interesses diversos, a pretexto de se manterem no poder a qualquer
custo. O enfrentamento de grupos políticos em Rondonópolis e Cuiabá foi uma boa
mostra de que novos tempos podem surgir no cenário matogrossense, além do
adesismo e do fisiologismo político. É preciso que existam oponentes, com a
possibilidade de instaurar outras lógicas políticas e de gestão pública. Caso
contrário, estaremos condenados a falência ética na prática dos Poderes, que
estão “empedrados” aqui em MT. Acreditam, maioria esmagadora, na impunidade ,
por mais que o processo do mensalão aponte que a impunidade pode ser rompida gradativamente.
Esse verdadeiro “butim “ crônico aqui em MT não é isolado. Após as eleições a Presidente
Rousseff convidou o PMDB para um jantar, onde acertaram a condução de Renan Calheiros
à Presidência de Senado, dentre outras coisas. Sai Sarney, Renan substitui,
fazendo jus á incúria política. Uma verdadeira ofensa ao povo brasileiro. Renunciou
em 2007 para escapar da cassação. O PSD(ex PFL,DEM)de Kassab já negociou a
entrada na base aliada do governo, perfazendo 9 partidos. Aliás, há 6 dias
atrás,foi aprovada na Câmara Federal a criação de um Ministério (orçamento de
7,9 bilhões). Os mandantes do partido já disseram que é pouco, e querem mais.
Foi criado um Ministério para Marcelo Crivella do PRB,que aderiu em fevereiro.
(apareceu na campanha do PT aqui em Cuiabá como fôrça evangélica). Acontece que
é como a maioria dos partidos, apoiam qualquer governo, desde que recebam o
preço pedido e se instalem junto com os donos do poder. Estarão em 2014 do lado
que mais lucrar. Esta é uma das tragédias do sistema partidário
brasileiro. Enquanto isso, tramita lentamente no Congresso coisas como a
extinção do 14° e 15° salários dos parlamentares (proposta entregue por Jovita
Rosa, Coordenadora do MCCE, com 40000 assinaturas) e a extinção do voto
secreto. A Reforma Política, que melhoraria o processo eleitoral, vai ser
fatiada, nada de uma reforma profunda. Será a conta gotas, maioria dos parlamentares
não quer aprovar algo que vá impedir ou dificultar sua permanência no poder e
nos mandatos. O PT, Zé Dirceu, Lula da Silva continuam tentando desmoralizar o
STF. Enquanto isso, Marcos Valério, testemunha viva anda até de carro blindado,
medo de ser assassinado. As eleições municipais foram um recado para os
governos municipais, estaduais, e federal. É possível mudar novamente?
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